Niassa Lunho Moçambique 1972 a 1974
Malema-Entre os Rios:
terça-feira, março 22, 2016
A CHEGADA DA C.CAÇ.4141 OS GAVIÕES
A METANGULA 19 DE NOVEMBRO DE 1972-
MEPONDA MOÇAMBIQUE.
NO DIA 18 DE NOVEMBRO DE 1972 A C.CAÇ.4141 OS GAVIÕES VINDA DE VILA CABRAL CHEGOU A ESTA LINDA PRAIA AO FINAL DA TARDE.AQUI PERNOITEI UMA NOITE DEBAIXO DE UM GUARDA SOL REDONDO CONSTRUÍDO EM PALHA .
Tam. tam tam.tam..tam…tam..tam…tam….. Era uma eternidade a viagem entre os dois portos. De Metangula a Meponda Quando chegávamos a por o pé em terra ainda na cabeça ficava por largo tempo o matraquear do motor da LD como se não bastasse o pivete a gasóleo ou irmos como o gado amontoados no porão. Meia dúzia de horas era quanto durava a viagem a bordejar o lago a distancia segura. Mesmo assim de vez em quando lá de avistava um hipopótamo qual barrica a ser lavada para nova colheita. Normalmente de véspera eram feitos os cerca de trinta quilómetros que nos separavam do ancoradouro de Metangula ao Lunho e se ao raiar do dia os Fusas não tinham a máquina pronta para seguir viagem era uma festa e todos os momentos aproveitados para um mergulho no Niassa mas com o credo na boca não fosse o bichinho da bilharziose entrar e era o cabo dos trabalhos como o nosso “irmão”. De Metangula saiam nos Cessna aqueles magníficos peixes dourados para os aquários da Europa…..dizia-se que iam para a Bélgica....talvez. Mas o bife e a bazuca eram a atração maior.. hoje pensar em lagosta não tem tal encanto. Em Meponda admirava a maestria daqueles miúdos que com um pedaço de tronco mergulhavam tempos infindos para esconder o peixe maior que os mezungo com as “verdes” caçavam e lhes trazer os mais pequenos para a assadura. Ou de como com uma corda de viola e um pequeno ramo se apanhavam as codornizes vendidas ao tropa a cinco quinhentas. Não gostava de ver homens numa “boa” fumando no regresso da machamba e as mulheres esmagadas com um miúdo ás costas o outro pela mão e o madeiro á cabeça e dando a desculpa de que estiveram todo o dia de atalaia em cima do imbondeiro para as vigiar e proteger do leopardo. E aquele ajuntamento de mulheres mais e menos jovens lá na ponta da praia na direção da Aldeia?. Indaguei . Era a cerimónia dos desfloramento das jovens. Dormi na palhota e não fui picado pelas melgas a esteira não me fez doer as costas. Do Malawi vinham as “metambilas” e também algo que os Cessna lá vinham buscar pela calada e que pelos vistos era muito apreciado lá para o Sul. Perdermos amigos, saúde e juventude. Mas África não tem culpa e é muito bonita.
Tam. tam tam.tam..tam…tam..tam…tam…..
ResponderEliminarEra uma eternidade a viagem entre os dois portos. De Metangula a Meponda Quando chegávamos a por o pé em terra ainda na cabeça ficava por largo tempo o matraquear do motor da LD como se não bastasse o pivete a gasóleo ou irmos como o gado amontoados no porão.
Meia dúzia de horas era quanto durava a viagem a bordejar o lago a distancia segura. Mesmo assim de vez em quando lá de avistava um hipopótamo qual barrica a ser lavada para nova colheita.
Normalmente de véspera eram feitos os cerca de trinta quilómetros que nos separavam do ancoradouro de Metangula ao Lunho e se ao raiar do dia os Fusas não tinham a máquina pronta para seguir viagem era uma festa e todos os momentos aproveitados para um mergulho no Niassa mas com o credo na boca não fosse o bichinho da bilharziose entrar e era o cabo dos trabalhos como o nosso “irmão”.
De Metangula saiam nos Cessna aqueles magníficos peixes dourados para os aquários da Europa…..dizia-se que iam para a Bélgica....talvez.
Mas o bife e a bazuca eram a atração maior.. hoje pensar em lagosta não tem tal encanto.
Em Meponda admirava a maestria daqueles miúdos que com um pedaço de tronco mergulhavam tempos infindos para esconder o peixe maior que os mezungo com as “verdes” caçavam e lhes trazer os mais pequenos para a assadura.
Ou de como com uma corda de viola e um pequeno ramo se apanhavam as codornizes vendidas ao tropa a cinco quinhentas.
Não gostava de ver homens numa “boa” fumando no regresso da machamba e as mulheres esmagadas com um miúdo ás costas o outro pela mão e o madeiro á cabeça e dando a desculpa de que estiveram todo o dia de atalaia em cima do imbondeiro para as vigiar e proteger do leopardo.
E aquele ajuntamento de mulheres mais e menos jovens lá na ponta da praia na direção da Aldeia?. Indaguei . Era a cerimónia dos desfloramento das jovens.
Dormi na palhota e não fui picado pelas melgas a esteira não me fez doer as costas.
Do Malawi vinham as “metambilas” e também algo que os Cessna lá vinham buscar pela calada e que pelos vistos era muito apreciado lá para o Sul.
Perdermos amigos, saúde e juventude. Mas África não tem culpa e é muito bonita.